terça-feira, 31 de maio de 2011

Para não perder o costume...

Hoje farei para vocês um breve resumo da história da Magia pelo mundo através dos séculos...
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Primeiramente é preciso ter em mente que a Magia é universal, não existe uma única cultura ou sociedade que não a pratique e não tenha suas classes especiais de praticantes (xãmas, feiticeiros, bruxos, curandeiros, benzedeiros etc...).
Houveram civilizações clássicas pré-cristãs do Mediterrâneo e do Oriente Médio (antigos egípcios, hebreus, babilônios, persas, gregos, romanos e druidas), que desenvolveram vários sistemas mágicos que muito influenciaram posteriormente a Magia no mundo ocidental.
A seguir alguns destes exemplos:

EGITO (2700-50 a.C.)

No Egito, os faraós eram considerados reis divinos que possuíam habilidades mágicas inatas. Haviam duas classes de magos, os mais estimados eram os sacerdotes (magos profissionais que agiam como susbtitutos dos faráos na realização de serviços mágicos - entre eles estavam os vizires ou magos da corte, como Dedi de Dedsnefru); já a outra classe era composta pelos magos leigos, equivalente aos curandeiros, feiticeiros etc...
O Deus egípcio da magia era Thot.
Foi no Egito que originou o conceito do poder dos nomes sagrados, que teve enorme influência na magia européia durante a Idade Média e Renascença.

HEBREUS (1630-587 a.C.)

Duas das maiores figuras do Antigo Testamento (Moisés e Salomão) são citados como os maiores feiticeiros de todos os tempos, apesar da rígida lei judaica da época, que proibia TODA E QUALQUER prática de adivinhação e bruxaria.
Acredita-se que Moisés criou secretamente uma espécie de Escola de Magia chamada "Mistérios do Tabernáculo". Os 5 primeiros livros da Bíblia (o Pentateuco) são conhecidos entre os judeus como a Tora ("Lei") e acredita-se que foram escritos pelo próprio Moisés. Com suas regras elaboradas e instruções detalhadas, acredita-se que eles traziam alegorias simbólicas e parábolas. A chave para o simbolismo contido neles, segundo a Escola, constitui a Cabala judaica.
Salomão foi o rei de Israel no século X a.C.; conhecido pela sua incrível sabedoria e riqueza, e pelo seu reinado longo e próspero.
A história conta que Salomão exercia domínio sobre os animais, e que comandava demônios e espíritos sobrenaturais.
Segundo os eruditos judeus talmúdicos, Salomão dominava também os mistérios da Cabala; ele também era conhecido por suas habilidades com a alquimia e a necromancia.
O lemegeton (As Chaves ou Clavículas de Salomão) também é atribuído a ele.

BABILÔNIA (612-538 a.C.)

O nome Babilônia significa "Portão dos Deuses".
Esse povo se especializou em diversas áreas, tais como: Astronomia, Astrologia e Matemática. (Ainda hoje usamos seu sistema numérico)
Mantinham registros extremamente precisos dos movimentos planetários e eventos cósmicos. (Eclipse, cometa, nova, movimeto planetário retrógado etc...)
Foram responsáveis também pela criação de inúmeros amuletos, encantamentos, sigilos e talismãs místicos, que continuam a ser usados pelos magos modernos.

PÉRSIA (539-331 a.C.)

A palavra magia vem dos sacerdotes zoroastristas da antiga Pérsia, os chamados magos; eles atingiram seus apogeu durante o período do Império Pérsia (539-331 a.C.).
Seguidores de Zoroastro, os magos eram famosos por seus poderes de cura e adivinhação.
Acreditavam que o Cosmos possuía vida própria, por isso reverenciavam os planetas, estrelas e outros corpos celestes.
Honravam também os 4 elementos (terra,ar,água e fogo).
O Zoroastrismo continua a existir hoje na fé dos países da Índia e Irã.

GRÉCIA (480-323 a.C.)

Os gregos desenvolveram um sistema e uma filosofia de magia que sofreram forte influência dos conceitos importados do Egito, Oriente Médio e Ásia.
O deus grego da magia era Hermes, do qual se originou o termo Magia Hermética.
Dividiam a Magia em Alta e Baixam, assim como os egípcios.
Uma das forças mágicas mais influentes dessa cultura eram os Oráculos, dedicados a vários deuses e deusas.
Desenvolveram métodos diferentes de adivinhação, como por exemplo examinar as entranhas de animais para discernir os desejos dos Deuses.

DRUIDAS (600 a.C. - 500 d.C.)

Druida significa basicamente "CONHECEDOR DA MAGIA".
Consideravam o fogo e a água como o material básico original para a criação; as árvores, pedras, animais e plantas os eram sagrados.
Honravam os Deuses e Deusas dos povos celtas, e celebravam diversos festivais, dentre eles o Beltane, Lughnasadh, Samhain, Imbolc.
Detinham conhecimento sobre: astronomia, matemática, adivinhação, filosofia, política, ensino, administração da justiça, histórias sagradas, artes bardas, genealogia, curas, ervas, codificação de leis, rituais e trabalhos mágicos.
Tornavam legítima e presidiam a coroação dos Reis Supremos da Irlanda em Tara.
Por mais de mil anos, a religião e cultura celtas se expandiram por toda a Europa, das margens ocidentais da França e Grã-Bretanha ao Mar Negro, e da Alemanha para o norte da Espanha e Itália.
Foram portanto os antepassados da Europa como a conhecemos hoje.
As escolas bardas existiram até o século XVIII.

ROMA (735 a.C. - 455 d.C)

Os romanos empregavam fetiçaria e contra-feitiçaria para derrotar inimigos e progredir política e materialmente.
Embora a feitiçaria fosse popular entre o povo, a prática privada dela era muito temida pela autoridades e rígidas leis contra ela foram aprovadas.
A Lei Corneliana proclamava: "!Adivinhos, encantadores e aqueles que fazem uso da feitiçaria para propósitos maléficos, aqueles que conjuram demônios, que pertubam os elementos, que empregam imagenas de cera de modo destrutivos, serão punidos com a morte".
Essa mesma atitude foi preservada pela igreja cristã medieval.

EUROPA MEDIEVAL (455 - 1400 d.C.)

A magia ligava as pessoas às suas crenças e tradições pré-cristãs, dessa forma, a igreja cristã trabalhou arduamente para separar a magia da religião.
O uso de magia pelo povo foi proibido, enquanto a própria Igreha adotava o que considerava útil e sistematicamente bania o resto. Apesar da proibição da magia pela Igreja, a Alquimia prosperou na Europa entre os séculos VII e XVII.
Baseada no Hermetismo, a Alquimia tem suas origens no antigo Egito. Quando os árabes conquistaram o Egito, no século VII, eles adotaram a Alquimia egípcia e a levaram para o Marrocos e Espanha. Menos de 200 anos depois, a Espanha era o centro de estudos alquímicos.
Entre os séculos VIII e XVI, várias formas de magia medieval surgiram de uma revivificação das doutrinas neoplatônicas, cabalistas e orientais, levadas de volta à Europa pelas Cruzadas.
Magos e feiticeiros não tiveram muitos problemas com a Igreja até o século XIII, com a criação da Inquisição. Estes séculos de perseguição (de 1227 a 1736) são lembrados pelos praticantes de magis como "Os Tempos da Fogueira".

RENASCENÇA (1400 - 1605 d.C.)

O termo "feiticeiro" foi usado pela primeira vez em 1440 e era, na época, aplicado tanto para homens quanto para mulheres.
Toda vila ou cidade tinha um ou mais deles; eramconsultados para cura de doenças, interpretação de sonhos, encontrar pessoas e objetos desaparecidos etc...
Como adivinho dos culpados de crimes, a palabra do feiticeiro tinha muito valor nas vilas e cidades.
Durante a Renascença, o feiticeiro era umm intelectual que buscava a Alquimia e a sabedoria hermética. Ele estudava e seguia os ensinamentos de Agrippa, Paracelso, Dee etc...
Liam Grimórios e invocavam espíritos em cerimônias rituais.
Com frequência serviam de conselheiros e mentores especiais de reis e rainhas.

A IDADE DA RAZÃO (1605 - 1900 d.C.)

Nos séculos XVI e XVII, a palavra "feiticeiro" era aplicada àqueles que praticavam a Alta Magia e a vários magos populares, que também eram conhecidos como encantadores, abençoadores, conjuradores e bruxos. Porém, na metade do século XVII, a feitiçaria começou a declinar em prestígio, saiu dos centros urbanos para o campo. Em 1662, a Academia Real de Ciências foi fundada na Inglaterra, dando início a separação entre a Magia e o Mundo Mundano, pois a academia redefiniu as disciplinas, excluindo tudo aquilo que considerava "não científico", e portanto, falso.
A astrologia da astronomia, a física da metafísica, e a química da alquimia.
Com essa divisão absurda, o hemisfério esquerdo da expe^ruência humana foi separado do direito, e a civilização ficou cega de um olho.

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