quinta-feira, 4 de junho de 2009

Memórias Maternas

Bom pessoal, hoje estava aqui em casa assistindo a um filme da Sessão da Tarde, e no final do filme a atriz disse uma frase, que pareceu a mim que era minha falecida mãe falando.
Aí fiquei meio na "bad" e tals, peguei o livro de poesias dela, um relicário; e resolvi ir colocando algumas aqui.
Começarei reproduzinho tal e qual, até mesmo as vírgulas e a falta delas etc., a primeira poesia do livro, espero que curtam.


"OS VERSOS QUE TE DOU..."

Ouve êstes versos que te dou, eu os fiz
hoje, pois sinto o coração contente,
enquanto o teu amor for meu sòmente,
eu farei versos, e serei feliz.
Hei de fazê-los pela vida afora,
versos de sonhos e amor, depois hei
de relembrar o passado de nós dois,
êsse passado que começa agora.
Êstes versos repletos de ternura,
são versos meus, mas que são teus também
Sòzinho, hás de escutá-los sem ninguém
que possa perturbar nossa ventura.
Quando o tempo branquear os teus cabelos
vais um dia, mais tarde, revivê-los
nas lembranças que a vida não desfez.
E ao lê-los, com saudade, em tua dor
hás de rever, chorando o nosso amor...
e hás de lembrar, também, de quem os fêz
Se nesse tempo eu já tiver partido,
e outros versos quiseres - teu pedido
deixa ao lado da cruz para onde eu vou
Quando lá, novamente, então, tu fôres,
podes colher do chão todas as flôres
pois são versos de amor que ainda te dou.

(Helena Ornellas da Silva 1.973)

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