O frio lá fora bate sem se importar
Gela as casas, as vidas, as situações.
As mentes tão povoadas de problemas
Gritam por socorro nesse inverno tão denso e amargo
Uma gelidão dessas, uma pandemia dessas, uma sem importância como essa...
Tsc, tsc, tsc, não vamos tão longe.
Era para estar sendo tudo diferente
Era para o mundo todo estar se importando
Não era para conseguirmos sentir esse gelo de inverno
A morte hoje é só um acessório incômodo, que vai passando por aí.
Tanta falta de amor, tanta "gratidão" vomitada...
Aonde chegamos? Para onde estamos indo? Conseguiremos? Com esse inverno violento?
É de se pensar que o ser humano é o mais evoluído dos animais
Mas que evolução egoística é essa? Como podemos deixar tudo isso acontecer?
Como não tentamos "aquecer" todo esse sofrimento
Nos desenfreamos em atitudes hipócritas
E hipocritamente vamos levando essa farsa adiante
E o inverno não pára, segue cortante, colossal.
Em tempos como esses o errado vira a regra
Contamos nos dedos quem realmente "existe", e quem apenas representa.
Deixamos pelo caminho marcas e impressões, que mais adiante servirão de alerta a quem vier.
Perdemos as pessoas que na verdade nunca havíamos tido
E a percepção disso tudo é tão fria e brutal quanto esse inverno surreal
Aí você se sente diferente, triste, mas diferente.
É uma sensação de impotência e "tanto faz" que vai dominando
E você apenas segue, levantando seus clamores aos céus, em busca de proteção e amparo.
Mas o inverno segue forte, e você quase não ouve seus pensamentos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário