sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Antigo Filme...

Quando era pequeno, eu olhava para meus primos.
E achava que nunca iria chegar até onde eles estavam
Olhava para os mais velhos, e não achava que teria "aqueles" problemas
Sei lá, achava que jamais minha vida chegaria a ser aquilo que eu via neles
E o que eu via, não gostava, e olha que nem um pouquinho.
Não me agradava as contas a pagar, as discussões.
Mas o que eu menos gostava era a distância
A distância que a maturidade trazia a eles
Cada um para seu canto, irmão separado do outro e por aí vai
Argh, achava horrível e cruel.
A segurança que a infância dá em questão de proximidade
Me era acalentadora, e eu amava aquilo, amava aquela intimidade.
Bem, havia em minha tenra idade, a casa em que a família se reunia.
E era cheiro de bolo no ar, correria de primos fazendo algazarra.
Era um tal de sobrar croque de vó até dizer chegar
Quando pequeno tudo se é motivo de risos
Tudo se transforma como num passe de mágica em uma aventura
A cumplicidade que existia entre nós era maravilhosa, e inocente.
A infância não dá espaço para malícias exacerbadas
Por isso talvez seja tão única e especial
O que menos me agradava como já disse, era a distância.
Crescer devia doer eu imaginava
E por um lado, não estava de todo errado.
É maravilhoso é claro esse amadurecimento ganho
Mas, a distância sempre nos ronda, e por vezes, impera.
Lembro-me de meus 8 anos, logo após a morte de mamãe.
Minha sala escura, e o aparelho de tevê vomitando um filme qualquer.
Mas não era bem um filme qualquer, era para maiores de 18 anos.
E meu cérebro de criança curiosa se ateve àquela informação
O enredo, uma mãe que morria de alguma doença qualquer
Um pai que se enveredara nas "canas" da vida
E os irmãos que cresciam e se separavam
Nossa, meus joelhos chegaram a tremer eu acho.
A única coisa que me lembro muito bem, era de ajoelhar no chão da sala.
E naquele momento, era apenas eu e Deus.
Eu, um menino de 8 anos, implorando ao Papai do Céu que minha vida não fosse assim.
Que não fosse igual ao filme
Bem, o que dizer... Não podemos ter tudo o que queremos né?!
De qualquer maneira, não foi o fim do mundo os acontecimentos.
Não foi o fim do mundo a cópia idêntica do filme que minha vida se transformou
Ainda estou aqui, graças a Deus, aprendendo a ser forte.
Nunca é tarde né?
Mesmo porque, o final do filme foi muito ruim e covarde.
E minha vida, não... Ela será diferente daquele enredo.
Amém!!!



P.S.: Esse texto não passa de uma memória que me veio ainda a pouco, e como não tinha com quem conversar sobre, coloquei pra fora aqui :-P

Um comentário:

N@h disse...

agt tem q ser pekeno por dentro e grande por fora meu caro amigo, pra q possamos rir na cara da vida e topar de frente com todas as dificuldades sendo grandes pessoas =) mas a sensacao de aconchego q a infancia traz realmente apraz o coraçao ^^