Não quer dizer que pertenço a ele
Meu espírito está preso em um invólucro de carne
Que sente, ama, sofre, chora, ri... Entre outras coisas...
Vim parar nessa esfera espiritual, junto com os demais.
Mas tenho a estranha sensação de que quis voltar
Sinto que de algum modo, não sei qual, eu escolhi voltar
Para fazer algo, ajudar alguém, ou quem sabe... Resgatar algo
Sinto que não pertenço a este lugar
Olho as fotos deste planeta, tanto lugares, tantas pessoas
Quero estar em todos os lugares
Ter as condições necessárias para ser cidadão do mundo
E não apenas de minha cidade
Construo dentro de mim um estranho ímpeto de liberdade
Um desejo insano e profundo de me atirar rumo aos lugares
De tocar as pessoas, de penetrá-las e conhecê-las
Quero virar as páginas do livro, encontrar algumas em branco
E começar a escrever, a deixar para trás tudo o que não é vida
Quero sugar tudo o que a vida tem de "bom" para oferecer
É incômoda esta prisão carnal, quando sente-se que às vezes, se pode voar
Querer agora, pra ontem alcançar o mundo, alcançar o estado hoje inatingível
Desesperador querer comunicar-se com quem está longe demais
Com tudo aquilo de onde você veio, e agora, no momento, não pode ver
A aceitação então torna-se prática, a paciência aliada...
Mas jamais o conformismo, esse, não pode nem chegar perto
Não sou daqui, e algum dia, após tocar cada canto desta esfera em que me encontro
Voltarei para casa
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