quinta-feira, 16 de outubro de 2008

^^

ASCO

Um aperto no peito
Um aperto bom até
Consigo ao menos respirar aliviado
Enxergar lá longe, ver todos.
Esse aperto forte, que vem de não sei onde.
Tão forte que parece me cortar
Como consigo apreciá-lo?
Pela primeira vez sou eu
Pela primeira vez enxergo a verdade
Triste? Sim, às vezes.
Mas pura, transparente, perfeita.
Não importa o que passou
Apenas o que vejo é o que” tentam” esconder
E ah, como são tolos.
Nada se esconde, nada se mente de verdade.
Impossível viver um mar de ilusões e mentiras
Prefiro ser feliz e fiel à minha paz
À minha vida, que pode não ser perfeita.
Mas é verdadeira
Não vivo mais uma mentira
Não carrego o “será” em minhas costas
Sinto pena, uma profunda pena.
Pois poderia dar tudo para ajudar
Poderia ser a mão que se estende em um braço infinito
Mas as pessoas escolhem seus caminhos
E quão cego pode ser o ser humano então
Que prefere à podridão das farsas
Que opta por não viver sua vida
E apenas encenar, cada segundo.
E eu me pergunto, por quê?
Por vergonha de si mesmo?
Por medo de pensamentos alheios?
Não importa, nada justificaria mesmo.
Mas nem é tão isso que machuca e é vil
O que destrói são palavras péssimas
Que em função de uma farsa vêm à tona
Cinismo, mentiras, intrigas, falsidade.
Asco é a única coisa possível de sentir
Mas hoje, que o dia está perfeito.
Não me importo mais
Nada mais importa, a não ser eu mesmo.

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