A PASSAGEM
Aqui, nesse lugar estranho.
Eu fico para trás, sozinho.
Sentindo-me impotente diante desse vazio
Nenhum vento, nenhuma nuvem, nenhum atalho, nenhum ser vivo.
Nada além de paredes que parecem de cristal
Com pontas agudas prontas a atacar
Tudo isso, assentam contra mim seu inabalável poder.
Na tensão entre meu medo e estes
Está o lugar de onde eu deveria tirar forças
A realidade é o silêncio a que tudo retorna
A razão e a alma funcionam como uma mera nevasca
A consciência da ausência de significados é assustadora
Comparável ao reconhecimento da minha própria transparência
Os pensamentos turvos, mais do que o mar ou o céu.
Colocam diante de mim um espelho frio e claro
Em que posso ver minha verdadeira essência
E vejo...
Silêncio completo, clareza integral, um nada, um vazio sem vida nem som.
Que traz em si toda a vida e todos os sons
Mas enquanto o meu “eu” se conscientiza do vazio e se mantém alheio a ele
Minha vida se esvai como um espelho estilhaçado ao chão
sábado, 22 de dezembro de 2007
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