Dia de finados, um dia com uma grande carga emocional aqui na Terra, esse nosso amado planeta.
Essa semana recebi a notícia de uma colega que suicidou-se; e agora que venho estudando o espiritismo (seu lado científico, moral e religioso), percebo mais claramente o quão delicada possa ser essa situação.
Tenho passado em minha vida, por alguns momentos ruins, bem ruins mesmo; mas sabem de uma coisa? Sei que sou responsável por tudo isso. O que de certa maneira me acalma, e ao mesmo tempo me deixa super nervoso, pois estão somente "em minhas mãos" as saídas para meus problemas.
Um pouco antes de receber a notícia da partida "dela", eu havia publicado em minha rede social a seguinte frase:
"I'm so tired of being here" (Eu estou tão cansado de estar aqui).
Infelizmente eu estava me referindo exatamente à esta existência, estava blasfemando virtualmente...
Daí vem a vida em menos de 10 minutos e me dá um tapa na cara, um sacudidão mesmo, daqueles que nos faz parar e pensar, refletir no tamanho real de nossos problemas, se é que daremos esse nome após a dita reflexão.
Penso que por pior que estejam as coisas, por mais que ninguém se preocupe com você (ou que você sinta isso), por mais que pareça que tudo está dando errado, na verdade é justamente o contrário:
Está tudo dando certo!
Poxa Arthur, mas você está louco... Minha vida está desmoronando e você vem me dizer que está tudo dando certo?
Sim, eu lhe digo e repito, está SIM tudo dando certo!
Pensemos juntos, o "poder da responsabilidade" diz que TUDO começa e termina em nós mesmos; ou seja, TUDO, absolutamente TUDO o que acontece em sua vida, o único responsável é você.
Sim, as circunstâncias e os ambientes, bem como as pessoas e as atitudes delas têm influência sobre nós, mas como diria William Shakespeare: "Nós somos responsáveis por nós mesmos".
E se pensarmos e aceitarmos a reencarnação como algo natural (que realmente o é - a se estudar antes de apenas negar sem base alguma é claro), veremos que a justiça de Deus é simplesmente perfeita, suas leis naturais são a síntese de sua criação, explicando os milagres e sobrenaturalidades que nós ainda não entendemos; e que por isso mesmo não consigamos enxergar nossa imensa parcela de responsabilidade (e não culpa) em nossas vidas e no que acontece "nela".
Se Deus criou todos os espíritos para que todos sem exceções evoluíssem intelectual e moralmente falando, dando-nos para isso através de sua infinita misericórdia a possibilidade de reencarnarmos, nos adiantando ou estacionando em nossa evolução de acordo com nossas escolhas (livre arbítrio); justo e racional é se dizer que até nossos momentos ruins, além de serem nossa responsabilidade, ainda nos apresentam degrau único para nosso aprendizado e evolução.
A partir daqui entramos naquela máxima de que não existe luz sem trevas e por aí vai.
Como é que (salvo as exceções) aprendemos a ler, a andar de bicicleta, uma habilidade nova? Tentando, certo? Errando muito no começo, certo? Até aos poucos irmos pegando prática e ficarmos relativamente bons; mais uma vez uma máxima: A prática leva a perfeição.
Como podemos no estado em que nos encontramos, de seres encarnados e limitados, entendermos a realidade dos desígnios superiores?
Quando passamos a olhar para dentro de nós mesmos, iremos nos deparar com coisas que normalmente só avistamos nos outros, e isso é por demasiado difícil, dói... A verdade dói, e perceber que essa verdade feia muitas vezes está em nós é absurdamente horripilante, porém extremamente necessário para qualquer entendimento; afinal a verdade não deve ofender (moralmente falando), mas como o Mestre Jesus, O Cristo nos disse: "A verdade liberta".
Necessário se faz que saiamos de nossas posições confortáveis de vítimas (consciente ou inconscientes), que façamos uma detalhada reflexão de nós mesmos, de nossos atos, conosco e com os outros, olhando de frente tudo aquilo que possamos ter do que nos envergonhar, admitindo nossas falhas como humanos imperfeitos que somos, passando em seguida a minimizar os danos por nós causados a outrem, reparando nossos erros e procurando não mais cometê-los.
Não podemos reclamar da vida, reclamar de nossos problemas, uma vez que nada façamos para mudá-los.
Não podemos nos acostumar a liberar e consequentemente atrair tanta energia ruim, tantos pensamentos torpes, mesquinhos, pequenos mesmos.
Nesse dia Santo, com tantos acontecimentos pululando em minha mente e vida, inevitável não parar e fazer uma reflexão dessas.
Até que ponto vivemos realmente nossas vidas aqui? Até que ponto deixamos as influências externas "viverem" nossas vidas por nós?
Até quando veremos tudo isso ocorrer e ficaremos parados, sem irmos atrás entender, sem querermos REALMENTE mudar?
